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segunda-feira, 21 de março de 2011

Fotografia na minha vida



Quando mais nova eu não entendia ao certo o porquê minha avó não tinha muitas fotografias dos nossos ancestrais ou da sua infância. Eu sempre fui muito interessada em antiguidade e a enchia de perguntas sobre a casa, as roupas, os brinquedos e tantos outros aspectos que ilustraram a sua vida muito tempo antes da minha querida existência. Minha avó sempre me respondia com uma pequena foto de um casal em frente a uma casa, ao lado da sua incontável prole; ou uma foto mais inteligível de uma jovem muito bem cuidada ao lado de um formoso rapaz de presença inigualável.

Com o passar do tempo a minha curiosidade não diminuiu, mas passou a se conformar apenas com cartas, fitas de cabelo e cartões postais que a minha adorada senhora insiste em colecionar em uma caixa no fundo da sua última gaveta. Esse lugar é o lar de muitas e selecionadas fotos, quais sempre fizeram meus oito primos e eu viajarmos no passado da nossa família. Nossos pais tiveram mais do que uma imagem emoldurada do casal estampando a sala, na verdade, crescemos com fotos das cerimônias importantes servindo como decoração da casa.

Minhas fotografias não servem de decoração da mesma forma que serviram para os meus pais. No máximo um mural com alguns momentos memoráveis ou um porta-retrato com a foto de um namoradinho. Nada com a mesma velocidade e intensidade da ilustração das minhas redes sociais, as quais eu faço parte desde os 13 anos de idade.

Contemporaneamente, as cores e espontaneidade ganham mais espaço. Não basta ter só a melhor câmera, como também deveremos portar o melhor programa de edição de imagem. A foto de hoje é mais colorida e bonita que a de ontem, a imagem é mais nítida, e nos trará mais comentários. Trocamos a última gaveta por arquivos digitais.


Rafaela Barreto